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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

BANCOS

Pouquíssimos entendo de instituições bancárias. Só sei neles pedir dinheiro emprestado, com o respectivo pagamento dos juros. Neste 1990 tive um nó na garganta, o pior choro do cristão, porque  se encerraram as atividades do Banco do Piauí, fato muito conhecido da opinião piauiense. Também o governo do importantíssimo turco presidente do Banco Central, que fala um português de capadócio grego, mandou fechar outras casas de crédito, em Goiás, Rio Grande do Norte e na Paraíba.

Possuo amigo do coração como prefeito da cidade Paraibana de Santa Rita, terra de Carlos Eugênio Porto, que pertenceu à Academia Piauiense de Letras. Os santarritenses são governados por um escritor ilustre, pesquisador e historiador, e sabe administrar a sua comunidade de modo competente, corajoso e sobretudo aplaudido pela honestidade inatacável. Chama-se Marcus Odilon, que de vez em quando me visita nesta Teresina que ele estima de verdade.

Marcus, com data de 18 de outubro, mandou o oficio ao presidente da República, oferecendo sugestões que bem poderiam solucionar problemas seríssimos e de suma gravidade nos Estados que tanto vêm padecendo sob a anarquia administrativa e moral reinante no Brasil, o velho e bom quintal dos Estados Unidos.

Eis a abalizada opinião do Prefeito Marcus Odilon Ribeiro Coutinho: "Dr. Fernando Collor de Mello, MD Presidente da República:

"A economia paraibana, que não atravessa bons tempos há várias décadas, está penalizada com a intervenção do Paraiban, que bem ou mal, era o nosso último estabelecimento de crédito genuinamente paraibano. Por que não se fundir o Paraiban ao Banco do Nordeste do Brasil? De início estariam resguardados os interesses dos funcionários, garantindo-lhes os empregos. Por outro lado, tem o BNB uma grande tradição de assistir a agro-indústria e a pecuária, que constituem (e serão sempre) os esteios de nossa riqueza.

A solução seria vantajosa também ao BNB, que receberia todas as agências do Paraiban, hoje espalhadas pelo interior do Estado, na Capital, em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Este patrimônio não é de se jogar fora. No final a solução contentaria a todos, colocando, ainda, ordem nas coisas e evitando de se tocar num banco estadual como se fôra uma bodega de esquina.

O acervo imobilizado do Paraiban dá para ressarcir suas dívidas, e o restante seria investido em aquisição de ações do BNB. Todo semestre essas ações dariam filhotes e dividendos; valiosos rendimentos para o nosso Estado.

O que vale para o Paraiban serve també para o Bandern (Banco do Rio Grande do Norte) e o Banco do Piauí".


A. Tito Filho, 27/10/1990, Jornal O Dia

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