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domingo, 25 de dezembro de 2011

DEZESSEIS BACHARÉIS

Foi bom. Passaram-se quarenta anos. Numa sala pequena, padrinhos e convidados espremidos, colaram grau, a 16 de dezembro de 1950, na antiga Faculdade de Direito do Piauí, dezesseis novos bacharéis, cada qual mais feliz do diploma conquistado. Presidiu a bonita solenidade o mestre de invulgar conceito Cromwell Barbosa de Carvalho, muito querido da comunidade teresinense. Eis a relação dos jovens da época, vitoriosos com a colação de grau e ricos de merecidos triunfos no correr dos anos: AFRÂNIO MESSIAS ALVES NUNES, professor, secretário da Educação, deputado estadual várias legislaturas, desportista, conselheiro do Tribunal de Contas, secretário do Trabalho, em cujo exercício se encontra. Prestou o juramento em latim em nome dos colegas de formatura. ALCEBÍADES VIEIRA CHAVES, juiz em comarcas do interior, atualmente desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão, que já presidiu. ESDRAS PINHEIRO CORREIA, promotor público, procurador da Justiça, membro do Colégio dos Procuradores de Justiça e do Conselho Superior do Ministério Público, corregedor geral do Ministério Público, agora no exercício de procurador-geral da Justiça. JOSÉ DE ARIMATHÉA TITO FILHO, professor e jornalista, escritor, diretor do Colégio Estadual do Piauí, secretário da Educação e da Cultura, desempenha as funções de procurador do instituto de previdência do Estado. Desde 1971 preside os destinos da Academia Piauiense de Letras. Orador da turma. JOSÉ BARBOSA, deputado estadual, prefeito de Altos, onde reside, em seguida promotor público. JOSÉ GUILHERME DO REGO MONTEIRO, advogado e procurador do Estado. MANOEL PAULO NUNES, alto funcionário do Ministério da Educação, secretário da Cultura no Piauí, escritor e membro da Academia Piauiense de Letras, desempenha o magistério universitário em Brasília. OMAR DOS SANTOS ROCHA, professor, advogado, criminalista, chefe do setor jurídico da Polícia Militar, funções que exerce no momento. Integrou a Força Expedicionária Brasileira na 2ª Guerra Mundial. RAIMUNDO EVERTON DE PAIVA, juiz de direito no Maranhão e desembargador do Tribunal de Justiça do referido Estado. SEBASTIÃO ALMEIDA CASTELO BRANCO, advogado e procurador de INPS em Fortaleza.

Os citados, com exceção dos indicados como residentes noutros cenários, assistem na capital piauiense.

Passo aos falecidos, saudosos companheiros: JOÃO LINO DE ASSUNÇÃO, advogado, morava na cidade maranhense de Caxias. CRISTOVÃO ALVES DE CARVALHO, faleceu como juiz de direito da comarca de Pio IX, no Piauí. JESUS DA CUNHA ARAÚJO, juiz de direito em Belo Horizonte, cidade onde se despediu da vida. MANOEL TEODORO DE SOUSA GOMES, professor e contador seccional do Ministério da Fazenda, em cujo exercício morreu. RAIMUNDO ACILINO PORTELA RICHARD, advogado, exercendo ainda, ao falecer, o cargo de advogado de ofício, correspondente a defensor público. ERNANI DE MOURA LIMA, deixou este mundo em elevadas funções no Banco Central da República.

Grandes mestres lecionaram a turma, à qual me incorporei no último ano do curso, quando regressei do Rio de Janeiro, antiga capital da República em que tive quatro anos de estudos, e regressei para assumir cargo federal. Não posso referir-me senão aos professores do 5º ano, como Clemente Fortes, o paraninfo dos concludentes, Edgar Nogueira, Ernesto Batista, João Martins de Moraes, Hélio Correia Lima. Mestres responsáveis, alunos vitoriosos.

Foi bom. Três ou quatro dias de festas dos novos bacharéis dessa época da mocidade. Ainda hoje, de vez em quando, os colegas se reúnem e comemoram o acontecimento. Está faltando a reunião agradável e alegre dos 40 anos.


A. Tito Filho, 16/12/1990, Jornal O Dia

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