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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

AINDA REVOLUÇÃO

O ímpeto desse movimento revolucionário se manifestou também no plano literário: uma busca de libertação, uma aguda ânsia por novas formas de expressão estética. Foi o Movimento de Oswald e Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Cassiano Ricardo, Picchia, Raul Bopp, Graça Aranha.

Sufocou-se o movimento dos 18 do Forte, mas não se conseguiu sufocar o seu idealismo. Dois anos depois, em 1924, no dia 5 de julho, outros militares se levantaram contra Bernardes, sob a chefia do general Isidoro Dias Lopes. Essa tropa se fundiria com o grupo de Luís Carlos Prestes para a formação da Coluna Prestes, "que atravessaria o sul de Goiás, ganharia a margem direita do São Francisco, atravessaria o rio e percorreria os Estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, entraria novamente em território baiano, retornaria pelo mesmo rumo para invadir Mato Grosso, atingir Guaíra na divisa com a Bolívia, separando-se, então, em dois subgrupos de exilados, um em direção de Santa Cruz de La Sierra e outro rumo ao Paraguai e à Argentina".

Desse segundo grupo revolucionário faziam parte nomes conhecidíssimos da política e das Forças Armadas: Luís Carlos Prestes (depois comunista); Juarez Távora (preso em Teresina, no último dia de dezembro de 1925), um dos chefes de outra revolução à presidência da República (vencido por Juscelino); João Alberto (já falecido); Cordeiro de Farias, Felinto Müller e tantos outros, comandantes e comandados, ao todo uns 800 homens que lutaram durante dois anos e meio.

Outros movimentos revolucionários vieram. O de 1930 de Getúlio Vargas, vitorioso; o chamado movimento constitucionalista de São Paulo, em 1932, o comunista, em 1935; a tentativa integralista em 1938; a derribada de Getúlio, dia 29 de outubro de 1945; o de Jacareacanga, o de Aragarças - e ainda o movimento de 1964, que depôs o presidente Goulart.


A. Tito Filho, 13/02/1990, Jornal O Dia

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