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sábado, 1 de outubro de 2011

TERESINANDO

Pode-se tomar outros rumos, para mudanças da paisagem. O importante está em ver o que Teresina tem na sua simplicidade faceira. Voltando-se ao rio Parnaíba - a ponte ferroviária João Luís Ferreira, grande obra de engenharia, iniciada na década de 20 e concluída no primeiro governo Vargas.

Rumo norte da cidade, a gente indaga, pois quem tem boca vai a Roma - e encontra o circunspecto Instituto de Educação Antonino Freire, bem defronte o cemitério de São José, este dez anos mais novo do que Teresina, depois ampliado. Mais ao longe o aeroporto, alegre e festivo. Um encanto para visitação. Adiante, alguns quilômetros de asfalto, num percurso pintado de casinhas humildes, está o bairro do Poti Velho, antiga Vila do Poti, onde Saraiva pensou em construir Teresina, mas desistiu, fazendo-a no lugar da igreja do Amparo - o primeiro templo católico da cidade, inaugurado no natal de 1852.

No bairro do Poti Velho, o rio Poti despeja águas no Parnaíba. O Poti de boa pescaria.

Não se deixe de conhecer o Sanatório Meduna - obra de devotamento e de tenacidade do médico Clidenor Freitas Santos, que abriu novos horizontes de cura e de humanidade para os perturbados mentais. Integra 25 anos de serviços em 1977.

A nova penitenciária deve ser louvada, e louvados muitos que fizeram força para conquistá-la do Papai Grande Federal - entre tantos, em dois governos, Raimundo Marques e Sebastião Leal.

Com a ajuda do próximo, chega-se a igreja das Dores, na praça Saraiva - templo católico que serve de catedral. E vai-se ao bairro Vermelha para conhecer a arte do mestre Dezinho e de Afrânio Castelo Branco, na igreja de Nossa Senhora de Lourdes. Prossegue-se até a ponte Antônio Noronha, sobre o Parnaíba, ligadora de Teresina a Timon e Caxias, já no Estado vizinho do maranhão. Nesse trecho da cidade, de imensas áreas, se encontra o magnífico estádio Albertão, de futebol, natural e principalmente de futebol - local em que se pode urrar, e xingar juiz, que nada acontece.

Noutro ponto da capital piauiense, ergue-se o majestoso Palácio da Justiça, em cujas vizinhanças se construiu o Centro de Convenções: auditório de 680 lugares, cabine para traduções simultâneas em cinco línguas, serviço cinematográfico, bares, sala de imprensa, lanchonete, restaurante público.


A. Tito Filho, 31/01/1990, Jornal O Dia

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