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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

UMA PÁGINA DA HISTÓRIA

Narram os entendidos que, em 1497, Cabot e seu filho Sebastião deixaram a Inglaterra com o objetivo dado por Henrique VII de que ocupassem, em nome do monarca, as terras que não estivessem em poder de alguma nação cristã. Ambos descobriram primeiro a Terra Nova e depois correram a costa leste do Atlântico, e tomaram conta, de ordem real, do território compreendido entre o golfo do México e as regiões setentrionais.

Houve as primeiras tentativas, mas o verdadeiro trabalho de povoar a terra se verificou no reinado de Elizabeth, a rainha virgem, em honra de quem se denominou um dos primeiros trezes Estados primitivos: o de Virgínia, repartido em duas unidades federadas após a Guerra de Secessão - Virgínia e Virgínia do Oeste.

Os colonizadores dos tempos iniciais enfrentaram fome, doença e índio. E embora escrevessem episódios de resistência, de bravura, de tenacidade, pouco conseguiram. Venceu-os o território imenso, o seu desconhecimento, o inimigo esperto e vigilante, o indígena, dono da terra.

Mas na Inglaterra, espocavam disputas religiosas. E os crentes decididos fizeram-se os peregrinos do mayflower, a nau história - e deram as praias da América, para que se distanciassem do poder real, sonhando com a liberdade. Outros vieram - e a América foi conquistando gente dos rincões vários do globo - gente que lutava contra a ferocidade do índio - ingleses, escoceses, irlandeses e depois holandeses, e povos de todos os tipos e de diversas origens - o famoso melting pot de que se orgulham os americanos nos dias que correm.

Fundaram-se as 13 colônias primitivas, de diferente forma de governo: uma sob a dependência imediata do monarca francês, 3 sob regime de propriedade particular; e finalmente aquelas concedidas aos colonos, e nas quais a administração era mais livre. Os 13 núcleos da atual República dos Estados Unidos adotavam estes nomes, ainda mantidos: Vírginia, Massachussets, New Hampshire, Connecticut, Rhode Island, New York, New Jersey, Pensylvania, Delawere, Maryland, North Carolina, South Carolina e Georgia.

Como os colonos, na maior parte, tinham deixado a Inglaterra na época das grandes lutas religiosas, bem assim políticas, eram eles profundamente dedicados aos princípios de liberdade. tornaram-se inimigos das prerrogativas da Coroa. Pouco a pouco, e em virtude dessa tendência liberal, os laços que uniam as colônias à metrópole afrouxaram-se e cresceu o espírito de independência. Quando a Inglaterra começou a oprimir a vida dos cidadãos dos novos territórios, os delegados de 9 colônias se reuniram e publicaram uma declaração de direitos, firmando o princípio de que só as referidas colônias podiam cobrar impostos, ponto capital da questão, de que surgiu a luta armada, sob o comando de Jorge Washington, o general que viria a ser o primeiro presidente do país que se chamou Estados Unidos da América do Norte.

A declaração de independência tem a data de 4 de julho de 1776. Antes, em 1775, houve congresso das colônias, em Filadélfia; e em 1887 ainda nessa cidade fundada pelo quacre William Penn se reuniram os delegados que começaram a elaborar a constituição americana - a obra mais maravilhosa que jamais de um só esforço saiu de um cérebro humano, no dizer de Gladstone.

Em 1778, com exceção de 2 Estados, os demais ratificaram o célebre documento, no qual, no correr dos anos, foram adicionados mais de 20 emendas, inclusive a abolidora da escravatura. Nela continuam inscritas as peças básicas do regime: o poder distribuído em 3 ramos independentes, a temporariedade das funções eletivas, a responsabilidade dos mandatários, a igualdade perante a lei, o voto secreto, a liberdade de pensamento e de reunião - e outros ditames incontestáveis.  


A. Tito Filho, 07/04/1990, Jornal O Dia

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